A Copa Vela de volta com atletas de Paulo Afonso

Como primeira de uma série de sugestões para o governo do prefeito Anilton Bastos, retomo a que formulei, anos atrás, através de texto publicado no jornal A Tarde, enfatizando a necessidade da participação local de atletas para o êxito da Copa Vela. Foi mais um empreendimento, tão importante para o turismo, vitimado pela doença, epidêmica nesta cidade, do fogo-de-palha.

Vamos ressuscitar a Copa Vela. Também o futsal. Etc, etc, etc. E esquecer os últimos quatro anos, exceto na lição que nos deixou para o futuro. E vamos à sugestão:

“A motivação local é indispensável para o sucesso de qualquer tipo de competição esportiva. A Cidade-Ilha de Paulo Afonso, com os seus lagos, oferece as melhores condições para os desportos náuticos. E até já conta com uma Marina, no Lago da PA-IV, que pode, com as devidas adaptações, ser usada como centro de aprendizado de jovens para três modalidades esportivas: vela, remo e canoagem, ou, pelo menos, a primeira delas.

Basta uma iniciativa da Prefeitura para viabilizar projeto, aberto aos estudantes das redes estadual e municipal. E, assim, retomar as edições da Copa Vela de Paulo Afonso, tendo a sustentabilidade garantida pelo interesse que a competição de atletas náuticos vai despertar, com reflexos nos fluxos turísticos.

Projeto Navegar

O empreendimento náutico municipal pode fazer parte do Projeto Navegar, idealizado pelo velejador Lars Grael, campeão olímpico e atual secretário nacional de Esportes. Sempre é oportuno lembrar o procedimento adotado pelos Estados Unidos, bem à feição do espírito prático dos americanos. Para sediar a Copa do Mundo, em 1994, armou antes uma seleção de futebol competitiva.

Ao longo de sucessivas edições, a Copa Vela jamais contou com um atleta de Paulo Afonso, o que explicava o desinteresse da população pelo seu desenrolar, a partir da Prainha, no Lago da PA-IV, envolvida pelo Carnaval Fora de Época, que terminou prevalecendo.

Deve caber à Prefeitura, em possível parceria com instituições públicas e privadas, fornecer aos jovens uniformes (camisa, short e tênis e colete salva-vida). Trata-se de investimento que mostrará ao País e ao Mundo o potencial aquático de Paulo Afonso, na medida em que for bem sucedido o Projeto Navegar, moldado às circunstâncias e às condições locais.

Sustentabilidade

Grael não recusará um convite para vir a Paulo Afonso explicar o objetivo do seu trabalho (Projeto Navegar), que é introduzir jovens de 12 a 15 anos numa das três modalidades esportivas (vela, remo e canoagem), e promover entre eles, simultaneamente, a interação social e a formação educacional. Em Paulo Afonso, a programação pedagógica, a ser ministrada por instrutores especializados, tanto se justificará por uma opção pela vela, como pela conjugação das três modalidades, incluindo remo e canoagem.

Seu provável resultado mais imediato deverá traduzir-se na retomada sustentável da Copa Vela, que, antes de morrer, foi reduzida a um Carnaval Fora de Época. E, a médio prazo, por conta deste evento náutico que já fez parte do calendário nacional das competições de vela, criar outra vertente de atração turística, somando-se aos esportes radicais, cada vez mais praticados na região e estimulando fluxos especiais de visitantes.”