segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Vida longa e boas-vindas para a Copa Vela

A Prainha

O jornal A Tarde, no seu Especial Municípios de 30/1/2009, publicou reportagem de Patrícia Roma, assim enunciada: “Paulo Afonso / Copa Vela movimenta a Região do Médio São Francisco – Esportes náuticos voltam ao evento”. Por coincidência, na véspera, dia 30, postei neste blog o texto “A Copa vela de volta com atletas de Paulo Afonso”, reproduzindo matéria de minha autoria, que saiu também em A Tarde, nos anos 90, na minha fase de correspondente do jornal.

Partindo do princípio de que “a motivação local é indispensável para o sucesso de qualquer tipo de evento”, defendi e volto a defender a Marina existente no Lago da PA-IV, desde que feitas as necessárias adaptações, “como centro de aprendizado de jovens para três modalidades esportivas: vela, remo e canoagem, ou, pelo menos, a primeira delas.”

E adiantei ser suficiente “uma iniciativa da Prefeitura para viabilizar projeto, aberto aos estudantes das redes estadual e municipal de ensino”. Volto a insistir que “a cidade-Ilha de Paulo Afonso, com seus lagos, oferece as melhores condições para os desportos náuticos”. Dei até o exemplo dos Estados Unidos: “para sediar a Copa do Mundo, em 1994, armou antes uma seleção de futebol competitiva”.

Fora de época

A fumaça

Lamentei e volto a lamentar que “ao longo de sucessivas edições, e onerosos deslocamentos de celebridades do atletismo, a Copa Vela jamais tenha contado com um atleta de Paulo Afonso. Atribuí e volto a atribuir a essa falta obtusa “o desinteresse da população pelo seu desenrolar, a partir da Prainha, no Lago da PA-IV, envolvida pelo Carnaval Fora de Época, que terminou prevalecendo”.

Se as atrações musicais desviavam as atenções da Copa Vela em si, imagine-se o que não aconteceu em 1992, com a Esquadrilha da Fumaça. Mesmo após sua morte cerebral, o evento continuou sendo vendido como Copa Vela, apesar de ter ficado restrita a Carnaval Fora de Época. Um caso explícito de propaganda enganosa.

Pelo que foi divulgado na reportagem de Patrícia Roma, “além da volta das competições náuticas, a Prefeitura Municipal pretende melhorar a infraestrutura da Copa Vela este ano”. E mais: “o secretário de Turismo, Jânio Soares, está começando a fazer os primeiros contatos com o pessoal dos esportes náuticos, para que a Copa Vela volte a ter competições que atraiam velejadores de todo o Nordeste”.

Mais perto


Com os velejadores do Nordeste, ficou mais perto chegar-se aos velejadores de Paulo Afonso. Espera-se, portanto, que a Copa Vela 2009 seja um marco divisório, por conta do lançamento de projeto de aprendizado náutico para os jovens das escolas do município. E que ela não seja mais vítima do fogo amigo dos trios elétricos financiados generosamente pela própria Prefeitura na Prainha, deixando os atletas falando sozinhos, ou velejando em segredo. Pois isso não é nem fogo amigo. É fogo suicida mesmo.

Se o povo gosta de axé, axé para o povo. Mas no seu momento e local próprios. E bem que poderia sobrar um espaçozinho para o legado de Luiz Gonzaga, cidadão de Paulo Afonso mais do que muitos nascidos e/ou viventes aqui. E se traga de novo a esquadrilha da fumaça. Mas que nem ela ou o Carnaval, ou qualquer outra promoção, em vez de alongar o calendário de eventos, prejudique ou anule a Copa Vela, até para que ela não renasça já condenada a uma segunda morte.


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