terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Resultados ou rua e a eterna desconfiança

A idéia nasceu no governo FHC

Os contratos de gestão povoam o imaginário dos tucanos. Após a tentativa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no governo federal, Aécio Neves retomou a idéia e a concretizou no governo de Minas Gerais. E o prefeito Beto Richa, de Curitiba, já antecipou: exigirá, tão logo empossado para o segundo mandato, que “seus secretários assinem um documento com as metas que terão (de cumprir)”. A exigência é acompanhada de uma advertência: “Quem não apresentar os resultados esperados poderá ser demitido sem aviso prévio”.

À sua maneira informal, Fátima Mendonça, Primeira – Dama da Bahia (foto), apontou para o maridão Jaques Wagner a versão estadual do contrato de gestão não escrito no papel: “Acho que o governo tem que ter ações mais fortes. Tem cargos que estão com pessoas, há dois anos, e não deu em nada. Acho que essas pessoas deveriam ter a dignidade de entregar esses cargos para dar lugar a outros (o grifo é nosso) ”Quem seriam essas pessoas”, perguntou o repórter Ronaldo Jacobina, autor do texto da entrevista (Muito, AT, 28/12/2008.) A resposta veio no jeito Fátima de falar: “Eu não tenho os nomes. Tem muita gente, inclusive no interior”.


Paulo Afonso como referencial.
Acho que o prefeito Anilton Bastos ganharia as condições previas para aplicar um choque de gestão em Paulo Afonso se procedesse aqui como seu colega da capital do Paraná, adotando o mesmo tipo de contrato: “Resultados ou rua”. O que ensejaria mais um ponto em comum entre o DEM e o PSDB, de muita utilidade para 2010. A inovação pode até surgir por iniciativa do próprio Secretariado ou, pelo menos, dos titulares de mais currículo e peso político.
(Em tempo, Paulo de Deus, nos seus dois mandatos de prefeito, introduziu procedimento similar de cobrança de resultados em reuniões mensais, quando se discutiam metas de governo).

Afinal, Paulo Afonso (DEM) tem tudo para ser uma vitrine de competência administrativa a ser exibida na próxima campanha eleitoral. Junto com Alagoinhas (PSDB), Brumado (PSDB), Camacã (DEM), Canavieiras (DEM), Euclides da Cunha (DEM), Feira de Santana (DEM), Itabuna (DEM), Jacobina (DEM), Paripiranga (DEM), Santo Antonio de Jesus (DEM), Simões Filho (PSDB), por exemplo. Com ou sem contrato de gestão. Da mesma forma, o PMDB trabalhará as suas vitrines, a partir de Salvador, e se alongando por Bom Jesus da Lapa, Cachoeira, Entre Rios, Ipiau, Itambé, Jaguaquara, João Dourado, Nilo Peçanha, Paramirim, Xique-Xique. Presume-se. O PT tentará exibir Amargosa, Brotas de Macaúbas, Camaçari, Camamu, Carinhanha, Cipó (!), Cruz das Almas, Curaçá, (!), Ibicaraí, Irecê(!), Itamaraju, Itapetinga(!), Santa Cruz Cabrália, São Francisco do Conde, Senhor do Bonfim e Sobradinho. Pelo menos.

Juazeiro, a jóia da coroa do PCdoB.
O PC do B, com 19 prefeituras, vejam só, naturalmente vai cuidar com zelo especial de sua jóia da coroa, Juazeiro, sede regional de larga visibilidade. Com filho único, o PCB fará o que puder em Caetanos. Já ao PPS coube Itajuípe. O que será deles?

O PSB, que perdeu Paulo Afonso, ficou com Caitité, Cardeal da Silva, Fatima, Itapitanga, Macaúbas, Nazaré, Nordestina, Serrolândia, Tucano. Menos mal. Será sua vitrine este ultimo município? Já o PDT, que perdeu Salvador, teve de contentar-se com Biritinga, Jiquiriçá, Mucugê e Teofilândia. E assim por diante, sem esquecer o PP, que ganhou Glória, e tentará fazê-la vitrine de sedução de Paulo Afonso, mexendo com os brios do DEM.

O preço da boa gestão.
Ao bordão “Resultados ou rua”, dos governantes mais explícitos, deve corresponder outro, dos eleitores, pela cidadania, o da “eterna desconfiança”, substituto atualizado da “eterna vigilância” dos tempos do brigadeiro Eduardo Gomes, como “o preço da liberdade”. Agora, o confiar, desconfiando, como preço da boa gestão e da ética, Eu estou neste barco. E você? Pense primeiro e responda depois. Não em palavras. Em ações.

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