A crise que o povo, segundo Lula, vê na televisão
Cristina Canas e Silvana Rocha, da Agência Estado
Ação do BC, que atuou com dois leilões de venda, não foi suficiente; trata-se da 5ª sessão consecutiva de alta
Cristina Canas e Silvana Rocha, da Agência Estado
SÃO PAULO - O dólar comercial fechou em alta pela quinta sessão consecutiva e acima de R$ 2,47 pela primeira vez em pouco mais de três anos. No encerramento dos negócios, a moeda norte-americana fechou no patamar máximo do dia, em R$ 2,475, com alta de 3,51%. Trata-se da maior cotação desde 9 de junho de 2005, quando ficou em R$ 2,4980, de acordo com levantamento do AE Taxas. Com este resultado, o dólar acumula alta de 9,18%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), a moeda norte-americana também terminou no pico da sessão, cotada a R$ 2,474 (+2,81%).
Vale demite 1.300 funcionários
da Folha Online
Conforme a empresa, a reestruturação do quadro de funcionários é conseqüência da crise financeira internacional e resultado da redução das encomendas das siderúrgicas, principais clientes da Vale. Atualmente, a mineradora tem 62 mil funcionários no mundo.
Ainda segundo a Vale, a intenção é reduzir ao mínimo o número de demissões, devido ao elevado nível de qualificação e de investimento em treinamento.
Em relação às férias coletivas, os 5.500 funcionários atingidos pela medida devem parar de maneira escalonada. A previsão é que o revezamento ocorra até fevereiro.
A Vale informou no fim de outubro que vai reduzir sua produção de minério de ferro e outros minérios e subprodutos nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Amapá, além de plantas industriais e minas no exterior. Fora do país, sofrerão reduções de produção atividades localizadas na França, Noruega, China e Indonésia.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, explicou que o corte de 30 milhões de toneladas métricas anuais na produção de minério de ferro da empresa é um "ajuste momentâneo" em razão do "fortíssimo rearranjo" que o mundo está passando por causa da crise financeira internacional.
Siderúrgicas
Entre as siderúrgicas, a ArcerlorMittal anunciou na última quinta-feira que pretende demitir até 9.000 empregados no mundo. As demissões serão feitas de forma voluntária. Elas atingirão primeiro os empregados dos setores não-produtivos, que trabalham em vendas, administração e serviços gerais. Nessas categorias, o grupo tem como meta reduzir seus gastos em US$ 1 bilhão, em resposta à atual crise financeira global.
A empresa empregava no final de 2007 cerca de 35,5 mil pessoas na América do Norte. O grupo não especificou o número de funcionários que possui nos Estados Unidos.
Também na semana passada, o grupo siderúrgico brasileiro Gerdau anunciou que vai antecipar a parada das subsidiárias Açominas e da Siderperú (Empresa Siderúrgica del Peru) para trabalhos de manutenção. A Gerdau admitiu que a medida também tem por objetivo reduzir a produção em um momento de queda da demanda mundial do aço por parte de clientes importantes, como os setores automobilístico e de construção.
Em reunião com investidores, o presidente do grupo, André Gerdau Johannpeter, reconheceu que a companhia pode tomar medidas semelhantes em outras fábricas, principalmente dos Estados Unidos e de outros países da América Latina, para adequar a produção a uma demanda mundial menor.
Segundo ele, a empresa prevê uma queda de 24% no volume de vendas para o último trimestre do ano em comparação com o mesmo período de 2007.
E se a gente acrescenta à forçada globalização de 2010, por conta da crise financeira, a presença de Barack Obama no comando dos Estados Unidos, a partir do próximo 20 de janeiro, e o impacto da mudança que ocorrerá em Washington sobre o mundo, a América Latina e, em especial, sobre o Brasil, aí é que se verá como a sucessão presidencial de 2010, apesar do coronelismo municipal de Lula, se travará em contexto global, pela primeira vez.
Brasil vai conhecer realidade
E relaciona desvios que teriam afetado qualquer outro governo: “o escândalo da corrupção nos Correios, o mensalão, o valerioduto, os dólares na cueca, a atuação dos sanguessugas, a queda do ministro da Fazenda no episódio do caseiro Francenildo, o patrocínio de interesses escusos de Daniel Dantas, os US$5 milhões das FARC, a pusilanimidade ante as agressões e os prejuízos causados pelos vizinhos da América do Sul”.
Mas o discurso da oposição, principalmente dentro do Congresso Nacional, será contraditado pelo PT cuidando de evitar o que define como uso político da crise. Sem esconder o temor dos reflexos eleitorais de uma queda acentuada do nível de emprego. Os petistas incorporam a esse cuidado uma estratégia partidária para garantir a aprovação dos projetos de interesse do governo na Câmara e no Senado.
As dificuldades do situacionismo se manifestam nos ensaios de rebeldia de um aglomerado parlamentar nascido de um presidencialismo de coalizão levado às últimas conseqüências e operado com expedientes nada republicanos. E crescem ajudadas pela disputa das presidências da Câmara e do Senado e por outras questões, entre elas a gula insaciável dos companheiros por maiores espaços na administração.
Petista dissidente
O senador Paulo Paim (PT-RS) coloca o fim do fator previdenciário como “questão de honra para o povo brasileiro” e lidera sucessivas vigílias no Senado, que vão assumindo dimensão nacional, em favor dos reajustes das aposentadorias e pensões vinculados aos ganhos anuais embutidos no salário mínimo. Trata-se de um movimento, de aberto confronto com o Planalto, que ganha adesões dentro e fora do Congresso, incluindo até as câmaras de vereadores além de organizações sindicais, sobretudo aquelas ligadas aos que já se aposentaram ou vivem de pensões.
Postamos a seguir o noticiário da Agência Senado sobre a terceira vigília:
A mobilização dos senadores, que incentivou a realização de vigílias em assembléias legislativas como na do Rio Grande do Sul e em vários municípios brasileiros, tem como objetivo sensibilizar a Câmara dos Deputados para a aprovação de três projetos, que já passaram pelo crivo do Senado Federal - os projetos de lei do Senado (PLS) 296/03, que acaba com o chamado fator previdenciário , e 58/03, dispondo sobre a recomposição das perdas de rendimentos sofridas por aposentados e pensionistas; e também o projeto de lei da Câmara (PLC 42/07), que assegura aos benefícios mantidos pela Previdência Social o mesmo reajuste do salário mínimo.
Apoio da CUT e da Força Sindical
A terceira vigília na verdade resultou do prolongamento da sessão deliberativa do Senado, iniciada às 14h de ontem. Em seu início, foi presidida pelo senador Garibaldi Alves Filho, que hipotecou apoio ao movimento e à causa dos aposentados. Representantes de entidades como Confederação dos Aposentados do Brasil (COBAP), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e Nova Central, entre outras, acompanharam os trabalhos a partir da galeria e da área em Plenário reservada a convidados.
De acordo com o senador Paulo Paim, o centro da mobilização agora foi deslocado para a Câmara dos Deputados, embora mobilizações em torno do tema deverão ser realizadas em vários estados brasileiros. Nesta sexta-feira (5), por exemplo, ainda segundo o senador, haverá uma grande manifestação na cidade de Santos, onde todas as atividades públicas serão encerradas por um prazo de duas horas. A manifestação ocorrerá em frente à prefeitura do município.
Na vigília, o senador Paim informou ainda que o deputado Pepe Vargas (PT-RS) deve defender o fim do fator previdenciário. Ele é relator da Matéria na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) e no plenário da Câmara.
Os discursos
Fizeram discursos ou apartes durante a vigília os senadores Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Garibaldi Alves Filho, Mário Couto (PSDB-PA), Paulo Paim, Papaléo Paes (PSDB-AP), Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), Romeu Tuma (PTB-SP), Valter Pereira (PMDB-MS), Cristovam Buarque (PDT-DF), Mão Santa (PMDB-PI), José Nery (PSOL-PA), Sérgio Zambiasi (PTB-RS), Jefferson Praia (PDT-AM), Raimundo Colombo (DEM-SC), Wellington Salgado (PMDB-MG) e Pedro Simon (PMDB-RS).”
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