
A Cachoeira de Paulo Afonso valorizará todo o conjunto dos lagos artificiais em torno das usinas, o canyon do Rio São Francisco, que passou a ser navegável após a Barragem do Xingó, e também o Raso da Catarina, espaço privilegiado do semi-árido tropical, ecossistema único no mundo. Área ainda pouco explorada cientificamente, é ambiente da ararinha-azul, espécie em extinção no mundo.
O Nordeste conta com outros potenciais destinos, capazes de motivar viagens de longo curso, pelos atributos de diferenciação e de atratividade, em escala mundial, a exemplo da Chapada Diamantina, do Planalto da Borborema, da Chapada do Araripe, da Serra do Ibiapaba, do Vale do Parnaíba.
Destacam-se ainda a Serra da Capivara,
Trata-se do atavismo provocado pelas grandes manifestações das forças da natureza, responsável pelos mais de um milhão de visitantes/ano das Cataratas do Iguaçu, contabilizados só do lado brasileiro.
Acontece que a Cachoeira de Paulo Afonso, como rara incidência desse tipo de formação natural, está entre as cinco maiores do mundo, considerando-se o volume de água e a altura das quedas. E o que é mais importante: ao contrário das Sete Quedas, submersa pelo reservatório de Itaipu, no Rio Paraná, ainda pode ser vista na sua exuberância original, dependendo, para isso, somente da vontade do homem.
O leito natural do rio, no trecho das quedas da cachoeira, lembra Alejandro Luiz, “está intacto como Deus o fez”. Basta só se querer, para se poder abrir comportas e a água voltar a fluir no seu leito de sempre e formar as quedas-d´água.
O nosso entrevistado não esconde o entusiasmo, ao afirmar: “Quem viu sabe que, quando isso acontece, se assiste ao maior espetáculo da terra. Ninguém mais no planeta é capaz de proporcionar feitos similares com essa magnitude de forças da natureza. E isso aumenta ainda mais o seu atributo de fator diferencial, pois o espetáculo das águas, ao se formar as grandes quedas, é inédito, diferenciando Paulo Afonso de Niagara Falls, de Victória Falls ou de Iguaçu”.
“Nestas últimas - acrescenta Alejandro Luiz -, o espectador tem apenas um prazer contemplativo com o fluxo contínuo das águas que despencam.
É suficiente complementar essa dádiva da natureza com a criação de produtos turísticos adequados a realizar um marketing competente. Afinal, Paulo Afonso se situa, para os viajantes europeus e norte-americanos, no mínimo a três horas de vôo a menos em relação ao Sul do país. E o valor da Cachoeira de Paulo Afonso como atrativo de fluxos turísticos pode ser ampliado pelo aproveitamento das outras potencialidades já referidas.
Alejandro Luiz imagina criar-se a céu aberto, junto aos sítios arqueológicos e paleontológicos abertos à visitação, um ou vários museus de história natural, em ambientes de parques temático-científicos, com a montagem de fósseis da mega fauna da região.
O entrevistado indaga então em que outro país se reuniriam as condições de se observar esses fósseis em seu ambiente natural? Quantas pessoas, entre cientistas, estudantes e observadores de pássaros, poderiam se inscrever num curso de férias sobre a “Ecologia do Raso da Catarina e a Ararinha- Azul”? E ele mesmo responde: “Quem já teve a curiosidade de pesquisar o número de instituições que agregam observadores de pássaros no mundo e o valor que uma raridade como esta tem para eles, sabe a grandeza deste segmento de mercado”.
Fica demonstrada a existência, no interior nordestino, de matérias-primas de expressivo potencial para a criação de produtos turísticos destinados ao mercado nacional e internacional e ainda para segmentos específicos desses mercados. Porém, sem dúvida alguma, a Cachoeira de Paulo Afonso exibe um potencial extraordinário, capaz de capitanear, “em grande estilo e com resultados a curto e médio prazos, o surgimento de um processo de desenvolvimento do turismo nesta porção territorial do Nordeste brasileiro”.
Incluem-se nessa oferta, juntamente com as expressões culturais das várias tribos indígenas existentes, os vários sítios arqueológicos aqui existentes, que podem despertar o interesse dos visitantes com o nosso homem pré-colombiano.
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