Alves de Souza, o carioca que deu uma lição aos baianos sobre Paulo Afonso e Região (5)

“Os estudos necessários à constatação da possibilidade real de se estabelecerem tais indústrias, assim como outras atividades econômicas, nessa região, e as providências que devessem ser tomadas em conseqüência dos resultados dêsses estudos, foi o que a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco solicitou fôsse feito, oportunamente, visto não estarem êles nem dentro de sua alçada, nem dentro de suas possibilidades financeiras. Infelizmente não foi levado na devida consideração tal pedido.
Os estudos dos mercados consumidores da energia de Paulo Afonso, procedidos por esta Companhia através de sua Diretoria Comercial, prevêem, dentro de critério conservador, nem otimista nem pessimista, os seguintes consumos anuais até 1960.

1955 .......................... 228.320.000 kwh
1956 .......................... 352.450.000 kwh
1957 .......................... 544.340.000 kwh
1958 .......................... 615.550.000 kwh
1959 .......................... 644.800.000 kwh
1960 .......................... 718.000.000 kwh

Não parece, pois, haver razão para temor de que se esgote rapidamente a energia disponível em Paulo Afonso, sabendo-se que, sem regularização do rio, poderão ser obtidos ali 540.000 kw e, com regularização já conhecida como possível, cêrca de 1.000.000 de kw. Isto sem levar em conta as disponibilidades quase iguais que existem no cânion que vai de Paulo Afonso a Piranhas, e as disponibilidades da cachoeira de Itaparica, a montante de Paulo Afonso.
Deve-se ainda considerar que o funcionamento econômico de uma indústria básica, como a do alumínio, a de fertilizantes e outras, propicia e promove o surgimento e o desenvolvimento de numerosas outras indústrias e atividades, conseqüentes ou dependentes daquelas, e de outras que são complementares delas ou a elas necessárias.
A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, logo após a sua constituição, fez apelos aos Govêrnos dos Estados interessados e às suas organizações de classe no sentido de serem realizados os estudos necessários a promover o estabelecimento e o desenvolvimento dessas atividades econômicas na região. Não tendo sida atendidos tais apelos, promoveu, por seu Diretor Comercial, a realização de mesas redondas para o debate do assunto, naqueles Estados. Dessas mesas redondas resultou a nomeação de Comissões de Desenvolvimento Econômico. Só a de Pernambuco, porém, é que vem se reunindo regularmente e realizando trabalho interessante de estudo e propaganda” (Transcrito da monografia Paulo Afonso, capitulo XII, de Antônio José Alves de Souza, primeiro presidente da Chesf).