Indústrias como a dos fertilizantes, a do alumínio, a da soda eletrolítica poderão ser estabelecidas na região, mesmo com capitais estrangeiros, por firmas organizadas em nosso país.
O argumento já invocado de que não deveremos utilizar a energia de Paulo Afonso para produzir alumínio destinado à exportação, porque isto corresponderia a exportar energia, não deverá ser tomado em consideração, porque o mesmo argumento levaria à condenação de toda e qualquer exportação. Realmente, no preparo de qualquer produto há sempre um dispêndio de energia, maior ou menor, energia que, assim, fica incorporada ao produto que se exporta, representando, portanto, energia exportada.
Paro o preparo do café, que se exporta em larga escala e cuja falta de exportação nos traz, nêste momento, enormes dificuldades, conhecidas de todos e por todos sentidas, há dispêndio de energia muscular e de energia mecânica e elétrica, energia que fica integrada, como parte inseparável, no café que exportamos.
É certo que o alumínio exige, para sua produção, quantidade substancial de energia elétrica, sendo mesmo a disponibilidade de energia elétrica segura e a baixo preço uma condição básica para o estabelecimento da indústria da produção daquele metal. Por isto mesmo, essa indústria só poderá se estabelecer, em bases econômicas, em locais onde houver tal disponibilidade de energia, desde que esta condição esteja aliada a outra condição básica para o estabelecimento dessa indústria: facilidade de acesso ao tráfego marítimo. Se o rio São Francisco for tornado eficientemente navegável por embarcações de certo vulto no trecho que vai de sua embocadura a Piranhas, encontrar-se-ão aliadas, no baixo São Francisco, as duas condições básicas essenciais para se estabelecer ali a indústria da produção do alumínio em larga escala.
A indústria dos fertilizantes azotados, pelo utilização do azoto atmosférico, e a indústria dos fertilizantes fosfatados, pela utilização dos fostatos existentes entre Recife e Olinda, contam também com possibilidades de se estabelecer econâmicamente dentro da zona a ser servida pela energia de Paulo Afonso.
A indústria de outros metais importantes, como a do tungstênio e a de cobre poderão ser criadas utilizando os minerais da região e a energia de Paulo Afonso, assim coma outras indústrias, baseadas em recursos minerais da região, poderão ser criadas e desenvolvidas nessa área.
A indústria da soda eletrolítica, quer pela utilização do sal gema existente na região, quer pela utilização do sal marinho, principalmente o do Rio Grande do Norte, seria também possível de ser criada na zona a ser servida pela Chesf” (Transcrito da monografia Paulo Afonso, capitulo XII, de Antônio José Alves de Souza, primeiro presidente da Chesf).
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