terça-feira, 6 de novembro de 2007

Alves de Souza, o carioca que deu uma lição aos baianos sobre Paulo Afonso e Região (3)

“A irrigação poderá se desenvolver grandemente nas terras ribeirinhas do rio São Francisco, pela utilização de suas águas elevadas mecânicamente. O levantamento de um mapa preliminar de solos da bacia do São Francisco nessa região já foi realizado pela Comissão da Vale do São Francisco e, assim, existe um dos elementos básicos para projetos de irrigação de vulto. Evidentemente, será necessário estudar, ainda, o que deverá ser plantado ali, em que áreas e como, e, também, estudar, projetar e realizar os sistemas de irrigação e os planos de colonização mais convenientes assim como as vias e os meios de transportes ligando êsses sistemas aos mercados que estudos adequados tenham revelado acessíveis aos artigos que forem produzidos.
O algodão e outras fibras existem no Nordeste e seu cultivo pode ser muito ampliado. Assim as indústrias de fiação e tecelagem poderão se desenvolver muito e se tornar ainda mais eficientes.
A criação de bovinos, caprinos e ovinos é uma grande atividade econômica do Nordeste, sendo a venda de couros e peles dos animais dêsses gêneros uma parte importante do comércio da região. Poderá ser desenvolvida nela, com a energia de Paulo Afonso, uma grande indústria de couros e peles e de artefatos dessas matérias primas e, possivelmente, poderá ser criada também uma indústria bem organizada do preparo da carne dêsses animais.
A pesca e as indústrias dela derivadas poderão ser desenvolvidas tanto na região do São Francisco como na orla litorânea.
Com a irrigação adequadamente projetada e conduzida, com instalações convenientes de ensilagem e de “packings” e com vias e meios de transporte eficientes, a região do São Francisco poderá produzir cereais, legumes e frutas para consumo regional e exportação e pastagens para desenvolvimento da criação de rebanhos e produção de leite e derivados dêle, tão carentes em nosso país.
No que toca à indústria mineral, são conhecidos os recursos minerais da área do Sistema de Paulo Afonso e da que lhe é circunvizinha.
São, os já conhecidos, recursos de alto valor em minerais estratégicos para países amigos e de alto valor para o indústria nacional” (Transcrito da monografia Paulo Afonso, capitulo XII, de Antônio José Alves de Souza, primeiro presidente da Chesf).

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