domingo, 11 de novembro de 2007

Aceitação da vida e esperança no futuro

Riquelme, o herói de cinco anos - Foto: Guto Kuerten

Vestido com a camisa do Homem-Aranha, o garoto de apenas 5 anos, Riquelme Wesley Maciel dos Santos (foto), impediu que Andrieli, a filha de um ano e meio de sua vizinha Lucilene fosse atingida pelo incêndio que destruiu a casa da família, na cidade de Palmeira, 236 km a oeste de Florianópolis.
A ocorrência, em bairro de classe média baixa do município, na tarde da última sexta-feira, foi informada pelo Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, com detalhes que justificam a repercussão que alcançou o gesto do menino transformado em celebridade.
Um gesto de herói infantil que possibilitou a Riquelme levar para longe das chamas a menina que dormia no berço, logo após tomado pelo fogo. A dona de casa Lucilene dos Santos, 36, percebendo que a casa de madeira estava pegando fogo, correu para a rua.
Riquelme brincava no quintal da morada de sua família. Vendo o desespero da mãe, que gritava ter o bebê ficado num dos quartos, decidiu-se pela tentativa de salvá-lo, com o cuidado de antes acalmar a mãe de Andrieli.
O garoto entrou na casa tomada pelo fogo, tirou o bebê do berço e, com esforço desproporcional para sua idade, levou a menina para o pátio, longe do perigo. Ninguém se feriu pois apenas Lucilene e o bebê estavam na casa de madeira quando irrompeu o incêndio.
Ninguém se feriu. Mas ninguém que viu pela tevê ou leu nos jornais o ato de heroísmo inocente de Riquelme escapou do toque de emoção. Ainda mais em momento de tanta violência e maldade humana.
Um dia antes, o governo escolheu a hora para divulgar o megacampo de petróleo na Bacia de Santos (SP), entre 5 mil e 7 mil metros de profundidade, com poços distantes da costa a até 250 quilômetros.
O poço de generosidade inocente aberto no coração do garoto Riquelme revelou combustível de qualidade superior a qualquer outro. Para movimentar, em vez de maquinas e motores, as pessoas mais do que nunca necessitadas de acreditar na vida e ter esperança no futuro.

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