Discutir o carlismo, ou o juracisismo, ou o lomantismo, ou o vianismo, buscando substrato político ou ideológico próprio, equivale a discutir o sexo dos anjos. O comodismo da superficialidade dessa abordagem inútil só é desculpável pelo desafio de encher a página em branco que será a coluna do jornal do dia seguinte.
Como flui para o leitor do colunista esse amadorismo forçado pelas circunstâncias?
Criado o reino do faz de conta, instala-se a confeitaria de frases de efeito, arrumadas com palavras que deveriam ficar postas em sossego, até que convocadas para a expressão de interpretações minimamente palpáveis. Se o jornal tem prestígio, ainda bem, os confeitos acharão consumidores, mesmo de paladar pouco exigente.
Deixando em paz, por enquanto, Juracy, Lomanto, Luiz Viana e mesmo Waldir, passemos a Antonio Carlos Magalhães, um pragmático que soube, mais do que seus contemporâneos, pisar a chão da realidade pobre de um País, de um Nordeste e principalmente de uma Bahia, em que o atraso político conseqüente e mantenedor da pobreza determina que tudo aconteça na base do “toma lá, dá cá”, teorizado por um parlamentar paulista no “é dando que se recebe”.
ACM teria dito algo como “se eu atuasse num país socialista seria popular como um líder marxista”. Mas foi o Brasil, “bonito por natureza”, e as Bahias, a litorânea, dos terreiros e do Senhor do Bonfim, e a rural, ainda com rastros dos coronéis, que lhe couberam para arena (sem trocadilho) da luta pelo poder. Nesses espaços, se moveu como ninguém, a eles se amoldando, sem teorias, como gladiador de muitas vitórias.


E o que o distingue é ter praticado o jogo – o jogo do clientelismo ou a denominação que se queira usar – com nível de eficiência superior ao de seus adversários, os de dentro e os de fora, neste caso, destaque para Waldir, o seu contrario em tudo, menos no destino final comum da morte física de um, no hospital de São Paulo, e da morte política do outro, em Brasília, causada pela queda do Ministério da Defesa (Simulação metafórica das quedas que provocaram as maiores tragédias da aviação civil brasileira, com centenas de mortes).
Juracy não conseguiu, Lomanto e Luiz Viana, aparentemente, nem quiseram, Waldir, talvez, tenha “pensado” inventar um sucessor do peito e até ensaiou, no seu biênio de governador, certo associativismo municipal, uma das vertentes da “caça às bruxas” do carlismo, que se transformou em ninho de corruptos. Já ACM tentou prolongar-se no poder, através do filho Luis Eduardo Magalhães, que morreu antes dele. Na falta do filho, o neto, quase com a mesma sigla, e filho do Antonio Carlos Magalhães Júnior, que ocupará, no Senado, a vaga do ACM propriamente dito.
O outro “ismo” da Bahia
Antonio Carlos Magalhães soube dourar a pílula do clientelismo, que aprimorou no melhor padrão administrativo, com a defesa dos “interesses da Bahia” e a identificação com seus valores culturais, do candomblé ao Senhor do Bonfim, o que lhe valeu as boas relações com parte da intelectualidade baiana. Sem esquecer o tempero de certo populismo de classe média, ACM, confesso admirador de Napoleão Bonaparte, parece ter se inspirado na Revolução Francesa, fazendo da mansão de Clemente Mariani, na Ladeira da Barra,que chegou a ser desapropriada para abrigar uma creche, sua Bastilha baiana.
Desse populismo de classe média nasceram, dentre outros, Paulo Souto, Imbassahy, Waldech Ornelas, assunto para conversa próxima.
O outro “ismo” da política baiana se comporá com o nome do líder, fora ou dentro da grei carlista, que saiba, como ACM soube, rimar “toma lá, dá cá” e seus adornos com voto na urna. Pelo menos enquanto o Brasil do bolsa família e a Bahia do mesmo naipe continuarem assim do jeito que são.
Afinal, diga-me a economia que tens e eu te direi a política que praticas.
Até logo, se Deus quiser.
Como flui para o leitor do colunista esse amadorismo forçado pelas circunstâncias?
Criado o reino do faz de conta, instala-se a confeitaria de frases de efeito, arrumadas com palavras que deveriam ficar postas em sossego, até que convocadas para a expressão de interpretações minimamente palpáveis. Se o jornal tem prestígio, ainda bem, os confeitos acharão consumidores, mesmo de paladar pouco exigente.
Deixando em paz, por enquanto, Juracy, Lomanto, Luiz Viana e mesmo Waldir, passemos a Antonio Carlos Magalhães, um pragmático que soube, mais do que seus contemporâneos, pisar a chão da realidade pobre de um País, de um Nordeste e principalmente de uma Bahia, em que o atraso político conseqüente e mantenedor da pobreza determina que tudo aconteça na base do “toma lá, dá cá”, teorizado por um parlamentar paulista no “é dando que se recebe”.
ACM teria dito algo como “se eu atuasse num país socialista seria popular como um líder marxista”. Mas foi o Brasil, “bonito por natureza”, e as Bahias, a litorânea, dos terreiros e do Senhor do Bonfim, e a rural, ainda com rastros dos coronéis, que lhe couberam para arena (sem trocadilho) da luta pelo poder. Nesses espaços, se moveu como ninguém, a eles se amoldando, sem teorias, como gladiador de muitas vitórias.


ACM e Waldir se encontraram no fim
E o que o distingue é ter praticado o jogo – o jogo do clientelismo ou a denominação que se queira usar – com nível de eficiência superior ao de seus adversários, os de dentro e os de fora, neste caso, destaque para Waldir, o seu contrario em tudo, menos no destino final comum da morte física de um, no hospital de São Paulo, e da morte política do outro, em Brasília, causada pela queda do Ministério da Defesa (Simulação metafórica das quedas que provocaram as maiores tragédias da aviação civil brasileira, com centenas de mortes).
Juracy não conseguiu, Lomanto e Luiz Viana, aparentemente, nem quiseram, Waldir, talvez, tenha “pensado” inventar um sucessor do peito e até ensaiou, no seu biênio de governador, certo associativismo municipal, uma das vertentes da “caça às bruxas” do carlismo, que se transformou em ninho de corruptos. Já ACM tentou prolongar-se no poder, através do filho Luis Eduardo Magalhães, que morreu antes dele. Na falta do filho, o neto, quase com a mesma sigla, e filho do Antonio Carlos Magalhães Júnior, que ocupará, no Senado, a vaga do ACM propriamente dito.
O outro “ismo” da Bahia
Antonio Carlos Magalhães soube dourar a pílula do clientelismo, que aprimorou no melhor padrão administrativo, com a defesa dos “interesses da Bahia” e a identificação com seus valores culturais, do candomblé ao Senhor do Bonfim, o que lhe valeu as boas relações com parte da intelectualidade baiana. Sem esquecer o tempero de certo populismo de classe média, ACM, confesso admirador de Napoleão Bonaparte, parece ter se inspirado na Revolução Francesa, fazendo da mansão de Clemente Mariani, na Ladeira da Barra,que chegou a ser desapropriada para abrigar uma creche, sua Bastilha baiana.
Desse populismo de classe média nasceram, dentre outros, Paulo Souto, Imbassahy, Waldech Ornelas, assunto para conversa próxima.
O outro “ismo” da política baiana se comporá com o nome do líder, fora ou dentro da grei carlista, que saiba, como ACM soube, rimar “toma lá, dá cá” e seus adornos com voto na urna. Pelo menos enquanto o Brasil do bolsa família e a Bahia do mesmo naipe continuarem assim do jeito que são.
Afinal, diga-me a economia que tens e eu te direi a política que praticas.
Até logo, se Deus quiser.
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