Em artigo publicado
Também dei conta de ter acompanhado, no estrito papel de jornalista, as administrações que se seguiram, de Anilton Bastos e Paulo de Deus. E admiti outra coincidência, a de “minha saída de Paulo Afonso quando volta ao poder o mesmo agrupamento político que aqui encontrei”.
Deixei claro que “não é o momento de analisar o desempenho dos prefeitos Luiz de Deus, Anilton Bastos e Paulo de Deus”. Mas não hesitei em ”reconhecer que, ao longo dos seus governos, registrou-se mudança radical na face urbana e rural do município”.
E adiantei que, no livro a ser lançado em 2010, dedicarei ao tema, no contexto local e regional, capítulo especial, já incluindo a primeira metade do segundo mandato de Anilton. Estudo a possibilidade de transformar este capítulo em publicação que antecederá “A Crônica de Minha Aldeia”, a ser lançada no fim deste ano ou no começo de 2010, ficando a obra propriamente dita para o segundo semestre do próximo ano.
Por outro lado, decidi proceder a uma analise crítica das gestões Paulo de Deus, até como reforço à ideia de que o governo Anilton Bastos deve superar a herança maldita de Raimundo Caíres, retomando estilo, estratégias e metas daquele período, sob medida para a conjuntura difícil do momento.
Tão logo foi anunciado o Secretariado do atual prefeito, fiz comentário – genérico – sobre a equipe formada. Usei metáfora futebolística para compará-la com time de (alguns) bons jogadores. Mas sem o craque, aquele que, na hora H, decide o jogo. Sugeri para esse papel, como camisa 10, o ex-prefeito Paulo de Deus.
De longe, o mais preparado do grupo que retomou o poder. Como Administrador de formação técnica, testado pela experiência, visão empreendedora, bem dotado como empresário privado e homem público, combinação incomum entre nós.
Fala-se que existem problemas de relacionamento do ex-prefeito com aliados até bem próximos, mas acho que a gestão de Anilton Bastos, superando impasses secundários, só teria a ganhar com a inclusão de Paulo de Deus na sua equipe. E alinhavei sugestões sobre as tarefas que lhe caberiam.
Considero mesmo que o governo Anilton Bastos e, por extensão, o grupo Luiz de Deus, não pode se dar ao luxo de abrir mão de sua maior estrela como gestor. Ainda mais no cenário já desenhado de dificuldades, com o DEM na oposição aos governos Jaques Wagner e Luiz Inácio da Silva, e tendo de administrar a Prefeitura de Paulo Afonso sob os efeitos somados da crise econômica e da política de terra arrasada praticada nos quatro anos de desgoverno do ex-prefeito Raimundo Caires.
Freud explica? É provável que sim.
Sobre dinossauros
Como cidade, Paulo Afonso mal atravessou meio século. Mas já conta com pequena legião de dinossauros mentais: até jovens, na idade do corpo, mas senis de espírito, ou do que a isso se assemelhe. Seus ancestrais sobreviviam comendo carne putrefata, a boquinha da idade da pedra lascada. Eles sobrevivem com outro tipo de boquinhas, as que lhe rendem sinecuras, nos gabinetes poluídos por sua falta de caráter; ou os honorários, nos escritórios usados para lesar a clientela desprevenida.
E, como eles se olham muito nos espelhos, vêem a própria imagem reproduzida, e enxergam dinossauros por toda parte disputando suas boquinhas e arranjos produtivos, sobretudo quando aquelas e estes são consumados na undécima hora.
Assunto para ficção – conto, romance, novela – e/ou para página policial que, espremida, dela espirra sangue.
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