terça-feira, 9 de setembro de 2008

Paulo Afonso, modelo rurbanístico na microrregião que tem a cara da Chesf


A homogeneidade geoeconômica da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento (Ride) formada pelos pólos de Paulo Afonso (BA), Petrolândia (PE), Piranhas (AL) e Canindé do São Francisco (SE), a ser criada por Lei Complementar, ajudará nas articulações das quatro bancadas federais em defesa dos municípios reunidos nessa categoria federativa dinamicamente paralela a União, Estado e Município, conforme o espírito da Constituição Federal de 1988.


Sem esquecer a participação que poderão ter no processo estruturador e operacional da Ride os 12 senadores da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, um deles, o pernambucano Marco Maciel, particularmente envolvido com os problemas das cidades e das Regiões Metropolitanas, conforme pude comprovar, desde 1974, quando, representando a Câmara Municipal de Salvador, compareci a encontro, em Recife, dos Vereadores de RMS, e atuei mais focado na questão ambiental.


E também as Assembléias Legislativas, através dos deputados que representam a microrregião moldada pelas atividades da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), somadas às Câmaras de Vereadores dos respectivos municípios da Ride, com o respaldo dos governadores e dos prefeitos.


Revisão Territorial do Brasil


Estudo do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), concluindo em maio, propõe nova divisão do País, criando a Região Noroeste, com Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, e deixando a Região Norte com Pará, Amapá, Tocantins e o ainda nordestino Maranhão, este enfrentando movimento interno de divisão do Estado. Trata-se da primeira proposta de revisão das macrorregiões do País, desde 1969, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estabeleceu o atual modelo, e será debatida, este mês, em Niterói, no Encontro Anual da Associação Nacional de Pós Graduação em Geografia. E foi um geógrafo, José Donizete Cazzolato, que propôs as mudanças, no estudo “As Regiões brasileiras pós Tocantins, ensaio para um novo arranjo”.


Hora de arranjo na Bahia

Está na hora de o Governo da Bahia, sob pressão da cidadania, cuidar do arranjo do território do Estado, desconcentrando o desenvolvimento, para integrar as regiões fora do eixo Salvador-Recôncavo. Se quiser sustar a largada para o separatismo, reiniciado com a iniciativa do deputado Gonzaga Patriota(PE) para criação do Estado do Rio São Francisco. E se quiser conquistar a adesão das populações de municípios como Santa Brígida, Pedro Alexandre e Coronel João Sá, além de outros situados nos limites com Sergipe e gente, no mínimo, de corações divididos entre os dois Estados pois, a rigor pertencendo à Bahia só no papel.


O pôlo mais dinâmico


No caso da Ride Paulo Afonso, Petrolândia, Piranhas e Canindé, que se acrescentará à Ride Petrolina e Juazeiro, com localização no Submédio e Baixo São Francisco, margens direita e esquerda, registre-se a conveniência de transformação do seu pólo mais dinâmico, Paulo Afonso, num modelo urbanístico e rurbanístico válido para todo Nordeste semi-árido, repetindo no sertão as ações de Jaime Lerner, no Paraná, como prefeito de Curitiba, ao por em prática o conceito de rurbanização do sociólogo Gilberto Freyre, uma de suas idéias prediletas pelo lado de futurólogo de sua personalidade de intelectual criativo.


Na próxima postagem deste blog, que é o meio de comunicação disponível para mim, pelo quase milagre da internet, relacionarei as organizações públicas e privadas que poderão contribuir para a criação e a operacionalidade da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento, antecipando que entre elas estarão a Chesf e o Instituto Xingó, a renascida Sudene, a Fundação Joaquim Nabuco e a Fundação Gilberto Freyre.

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