terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Um 2008 de olho em 2010

Em artigo anterior (A Reconstrução do Municipalismo), também escrito para A Tarde, abordei as práticas usuais de desvios do dinheiro público nos municípios brasileiros e sugeri reportagens investigativas sobre o tema, como prioridade nas pautas jornalísticas, neste ano em que se realizarão as eleições para prefeitos e vereadores. Certo de que o resultado de 2008 desenhará o resultado de 2010, quando serão eleitos deputados estaduais e governadores, deputados federais, senadores e o presidente da República que sucederá a Lula.
No Rio Grande do Sul, donde partiu a Revolução de 1930, o PMDB lançou, desde julho de 2007, o seu projeto municipalista para 2008, com metas padronizadas para todo o Estado, sendo provável que a idéia se reproduza em outras Unidades da Federação, levada pelo mesmo ou por outros partidos. E aí já envolvendo explícitas mobilizações voltadas para a Presidência da República e para o Congresso Nacional.
É de esperar-se que a motivação da militância partidária não se restrinja ao esforço de conservar ou conquistar o poder e inclua o viés da ética para inviabilizar ou, pelo menos, dificultar as gatunagens quase institucionalizadas pela indiferença de uma opinião pública amoral. Na Bahia, e, por enquanto, para ficar nos arraiais do PMDB, 2008 e 2010 estão sendo tratados na base do “Geddel, este é o cara”, fórmula simplista que, conforme texto de Biaggio Talento (A Tarde, 17/2/2008), começa a circular em carros, movida pelo prestígio do ministro da Integração Nacional, com seu cabedal de prefeituras, a de Salvador incluída, e aspirante à sucessão de Jaques Wagner.
Uma carreira que cresceu na colisão com o carlismo. Registre-se que Geddel Vieira Lima, filho de Afrísio, este introduzido na política pelo prefeito Clériston Andrade, vem exibindo apetite pelo poder que lembra o de Antonio Carlos Magalhães, e sendo comparado com ele de dois pontos de vista. “De ACM só tem os defeitos, não herdou as virtudes”, dizem os adversários. “De ACM, só aproveitou as virtudes, renegando os defeitos”, retrucam seus aliados menos radicais, que até admitiam, entre quatro paredes, como uma delas, a linha de “defesa dos interesses da Bahia”, supostamente seguida pelo líder pefelista recentemente falecido (Geddel andou se auto proclamando “guardião da Bahia”).
Volto à pauta do PMDB Municipalista, com planos para cada um dos municípios do Rio Grande do Sul e conteúdos programáticos de responsabilidade das suas executivas, estas atuando orientadas pelo diretório estadual e pela Fundação Ulysses Guimarães (FUG / RS). Tudo confluindo para os diretórios municipais gaúchos e servindo de base para os planos de governo.
Aí está indicativo de atuação para o PMDB baiano, que poderá, por exemplo, no circuito Chesf, além da observância de procedimentos moralizadores, eleger metas de desenvolvimento econômico, concertadas com a recriada Sudene, sob o comando do engenheiro Paulo Fontana, indicado pelo titular do MIN. Isto a partir da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento, abrangendo o complexo geoeconômico moldado pela geração de energia através das usinas de Itaparica, Paulo Afonso e Xingó.
Os demais partidos, incluídos os de oposição total, como o DEM, ou parcial, como o PSDB, poderão incorporar-se a esse novo estilo de fazer política que, sem excluir a ética, antes a enfatizando, adotem bandeiras municipalistas para nortear as campanhas dos seus candidatos a prefeitos e vereadores, na busca legítima da hegemonia política, no âmbito de cada município, este ano, e, em 2010, na Bahia, numa escalada de poder que culmine no Palácio do Planalto, com metas prefixadas de desenvolvimento sem desigualdades entre regiões e entre classes e categorias sociais.
À imprensa, que é o nosso chão, caberá acompanhar todo esse processo, com espírito crítico que desmonte manobras demagógicas em propostas de governo. Isso através da análise bem fundamentada das idéias postas em debate e da denúncia contra os corruptos infiltrados nos partidos para enriquecimento ilícito e contra a impunidade que venha a premiar os crimes cometidos pelos mandatários da vontade popular.
Tudo na base de um 2008 com olho em 2010.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo leitor está explicado tudo depois da entrevista de Gildasio Leal na RBN hoje no programa do Ozildo Alves.
João Lima tem um contrato de R$ 48 mil reais com a prefeitura para este ano de 2008, sua mulher e filha estão na folha de pagamento da prefeitura, até tudo bem? Bem nada isto é uma vergonha. Venessa Barbosa de Deus, escrevi anteriormente que esta vereadora estava no SHOPPING SALVADOR e na terça feira que fez 15 dias mandou um atestado, ora, quem são seus familiares? Além do mais, Gildasio perguntou pela RBN hoje cadê a moral e a sua honestidade, quanto foi que ela gastou na política para ser a mais bem votada, foi amparada também pela maquina do governo de seu pai, Paulo de Deus, muitas cestas foram distribuídas pela prefeitura em seu nome, honesta enhein? O MARCONE, este quem diria onesto(sei como se escreve mais faço questão do erro), seu cunhado esta na prefeitura como muitos parentes de vereadores, nada mau não é Marcondes(CONDE) e finalmente o Petronio Nogueira(o casado com a fortuna de Dona Alda) casamento de interesse, tenho pena de JANE, este não gastou nenhum centavo, gastou por conta da prefeitura, assim como o atual GESTOR, (RC) está fazendo. Está um verdadeiro causem nossa cidade. Que tal seguir os conselhos do nosso amigo, candidato a vereador na chapa do PP, Dr. Luiz Alberto, que pediu um certo dia que os paulafonsinos não pagassem, IPTU, ISS e Taxa de localização e funcionamento no ano de 2007 e eu me lembro que também em 2008. Somente assim, o ILUMINADO não vai surrupiar nossos impostos pagos com sacrifício, mais teríamos de ter certeza que um deste ganhasse a prefeitura para 2009, PAULO RANGEL, ANILTON, NICOLSON ou VAL, mais isto seria uma desobediência tributaria.