A Lei Complementar nº125, de 3 de janeiro deste ano, que recriou a Sudene, e o decreto 6198, de 29 de agosto, que regulamentou a autarquia, são alvo das críticas de governadores, economistas e empresários do Nordeste. Os ataques começam pela denúncia de que renasce esvaziada, pois sem recursos previstos para 2007.A diretoria do Centro de Estudos do Nordeste (Cenor) divulgou nota oficial focando as críticas em três pontos básicos. No primeiro deles, o documento pede a regionalização do orçamento da União, conforme o previsto no artigo 35 dos Atos das Disposições Transitórias (ADCT), “bem como (atenção) para o artigo 3º, item III, que estabelece como objetivos fundamentais do País a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais”.
Investimentos proporcionais
O presidente do Cenor, Sebastião Barreto Campello, destaca que a Constituição prevê investimentos federais diretamente proporcionais à população. “O nordeste tem 28,3% da população brasileira e recebe apenas 13% a 14% dos investimentos federais”, lamenta.
No segundo ponto da nota oficial do Cenor, a entidade manifesta que “os impostos devem ser recolhidos no Estado final a que a mercadoria é destinada e não na origem”. Isso para evitar que “os contribuintes do Estado que receber o produto paguem impostos para o Estado de origem”.
Apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e as secretarias da Fazenda dos Estados já estejam chegando a um consenso, no ponto conhecido como “principio do destino”, os diretores do Cenor não querem correr o risco de surpresas. “Por que pagamos imposto a São Paulo? Cerca de 25% do orçamento de Pernambuco é transferido ao Centro-Sul”, calcula o diretor do Centro e Presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco, Alexandre Santos.
O Cenor reivindica, no ultimo ponto da nota oficial, que o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) sejam calculados com base no total da arrecadação da União, incluindo as contribuições, e não apenas sobre os impostos.
Campello lembra: “Quando o FPE e o FPM foram criados, incidiam sobre os impostos. Mas hoje, essa base de cálculo não cresceu, porque a União vem aumentando sua arrecadação em cima das contribuições, que atualmente representam 60% da receita do governo federal”.

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