sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Brasil humilhado lá fora e constrangido aqui dentro

As manchetes dos grandes jornais repercutiram no mundo inteiro o que Alexandre Garcia captou em Brasília: “Cem por cento de indignação” contra a decisão do Senado que absolveu o presidente da Casa, Renan Calheiros, da acusação de ter usado recursos da construtora Mendes Júnior a fim de pagar despesas pessoais, como aluguel e pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.

A reação registrada pelo jornalista da Globo na capital federal se espalhou pelo Brasil inteiro, justificando os temores do senador Demóstenes Torres (DEM – GO): “Agora vai ser difícil um senador andar pelas ruas”.

No centro de Paulo Afonso, o desconforto cívico foi generalizado, desde as primeiras horas da manhã. O amolador de tesoura, o camelô, o comerciante, o comerciário, o taxista, o motoqueiro, o professor, o estudante, todos exprimiam nos gestos e nas palavras duras a revolta contra a “bandalheira”, na definição de um idoso saindo da farmácia, enquanto uma senhora, carregando uma criança, de uns quatro anos, se lamentava: “Nunca pensei de ter vergonha de ser brasileira. E temo pelo futuro dos meus netos. Eu mesmo não espero mais nada”.

E o que dói mais é a percepção de que tudo aconteceu com o apoio explícito do governo Lula e do PT, numa simulação ofensiva ao País até na ausência combinada, com cenários e locações em Suécias e Dinamarcas, e passeios em carruagens e ônibus movidos a etanol, no meio da realeza. Tudo muito à mostra, bem diferente da sessão secreta no Senado.

O Jornal do Comércio, do Recife, acertou. Na primeira página, com a manchete: “Renan escapa. O Senado se curva”. E na terceira: “Senado Mal. Renan Bem”.

Pensar Paulo Afonso

Mas, planglossianamente, vamos pensar que estamos no “melhor dos mundos possíveis”, e que, tal como no Candide, de Voltaire, a gente tem é que continuar a cuidar do nosso jardim.

E, por falar em jardim, em breve conclamaremos a juventude a refletir conosco sobre o destino urbanístico de Paulo Afonso, a partir das idéias de um grande brasileiro, o arquiteto Jaime Lerner (foto), ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná.

Paulo Afonso - BA
Foto: João Marcos

Instituto Jaime Lerner

Missão

O Instituto Jaime Lerner nasceu para despertar uma consciência positiva sobre o potencial das cidades.

Cada cidade, da menor à maior, é um agente de transformação e o exemplo de uma pode alcançar as suas vizinhas, como um efeito dominó, mudando o País.

Para que isso se concretize é necessário fortalecer o poder local, mas é igualmente fundamental que os gestores das cidades sejam os gestores da mudança.

É com esta visão estratégica que o Instituto Jaime Lerner, entidade sem fins lucrativos e de caráter suprapartidário, pauta sua ação, instrumentando as prefeituras para administrações inovadoras.


Objetivos


Em grandes linhas, estas são as finalidades do Instituto Jaime Lerner:
  • Constituir um banco de êxitos em soluções urbanas, de modo a facilitar o acesso das prefeituras a informações vitais para as cidades.
  • Estimular uma visão de cidades ambientalmente corretas.
  • Promover um permanente intercâmbio entre as cidades, de modo a disseminar as boas experiências e soluções.
  • Promover cursos, debates, seminários, convenções, congressos e publicações, sobre questões de interesse das cidades e do País, reunindo especialistas brasileiros e do exterior.
  • Despertar uma visão estratégica do potencial das cidades e promover a busca de soluções inovadoras que possam se refletir favoravelmente na vida das cidades e do País.

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