quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Tiro ao Alvo 2

Justiça, onde estás que não respondes?

Variando apenas de grau, comarcas do Nordeste baiano abrigam verdadeiros matadouros dos direitos de cidadãos de bem, que não procuram a Justiça com propina na mão. Perante ela comparecem apresentando as provas dos seus direitos.

Embora esteja levantando o que tem a ver com casos pessoais levados a juizes, presumo que o resultado do meu trabalho, a ser encaminhado à Corregedoria Geral de Justiça do Estado, servirá de aberta para os efeitos nefastos das deformações microrregionais do Judiciário.

No mínimo, se contribuir para a descoberta do endereço da Justiça, com a resposta à pergunta “onde estás que não respondes”, me darei por recompensado.

Epidemia de corrupção

O pior é que a intensidade da corrupção generalizada ameaça as instituições. Basta lembrar que, dos 417 prefeitos eleitos em 2004, foram cassados 22. Deles, cinco perderam definitivamente o mandato; 13, embora afastados, aguardam decisão do TSE sobre recursos interpostos; e quatro continuam governando por conta de liminares.

Todos, cassados por um mesmo motivo: crime eleitoral. Geralmente denunciado por opositor que ficou na segunda colocação. Já é mais rara a condenação de gestor municipal por desvio do dinheiro público. Compreende-se: a Oposição de hoje é a Situação de amanhã e os vícios de sempre.

Sociedade civil organizada são três palavras boas para enfeitar discursos. Mas é um ser extraterrestre, pelo menos nos sertões baianos e adjacentes. Os espaçados sorteios de municípios, feitos pela Controladoria Geral da União, parece premiarem, com Mega-Sena às avessas, profissionais da corrupção travestidos de prefeitos.

E, no vazio de cidadania, quanto menor o Município, maior a roubalheira sem disfarce. Compartilhada, no banquete da semvergonhice, por prefeitos e suas respectivos “maiorias” nas Câmaras Municipais.

A vez da privatização

Campanhas eleitorais de Lula e do PT sempre tiveram a marca do combate a privatizações. Não mais do que de repente, as tão condenadas privatizações passaram a fórmula salvadora. Veja-se o caso dos aeroportos, em meio às tragédias e à crise da aviação civil. Em audiência no Senado, o presidente da Infraero, o ético e competente Sérgio Gaudenzi esclareceu que não exclui a hipótese de privatização de terminais. Só admitiu ter dúvidas sobre “como equilibrar os lucrativos e os deficitários” (Dos 67 aeroportos administrados pela estatal, apenas dez dão lucro e 57, prejuízo).

“Tenho expectativa, declarou, de termos aeroportos estaduais, e não excluo ter aeroportos privados. Não tenho preconceito com a privatização”.

Um comentário:

ANÍBAL NUNES disse...

Gostaria de homenagear o nobre colega Clementino pelos artigos postados no blog INTEGRAÇÃO, pela iniciativa tão bem elaborada e, principalmente, pela bravura de continuar escrevendo suas pérolas inigualáveis para os leitores. UM ABRAÇO E PARABÉNS MEU JOVEM.

Aníbal Alves Nunes