terça-feira, 7 de agosto de 2007

Biocombustível, receita para o semi-árido baiano


Mamona pode tirar da inadimplência mutuário do BNB.

Paulo Afonso – Quando se fala em nova geografia para o campo nos arraiais do agronegócio, vale lembrar as oportunidades que se abrem, no semi-árido baiano e nordestino em geral, com os projetos de produção do biodiesel, contemplados para aplicações do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE). O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel passou a contar com o suporte da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) e Agência Nacional do Nordeste (Adene). O conjunto geoeconômico da reivindicada Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento dos Pólos de Paulo Afonso (BA), Petrolândia (PE), Piranhas (AL) e Canindé do São Francisco (SE), que já sedia o complexo hidrelétrico da Chesf, a cujo sistema deverá incorporar-se uma usina nuclear, perto de Xingó, pode acrescentar ainda os biocombustíveis, fonte alternativa de energia, de importância estratégica para o País.

Na área do crédito, é de supor-se que o Banco do Nordeste não ficará de fora desse desafio de produção de matérias-primas para o biodiesel e privilegie o financiamento de plantios de mamona e de outras oleaginosas como pinhão manso e girassol. A Ride Paulo Afonso, Petrolândia, Piranhas e Canindé pode transformar-se em pólo de biocombustíveis. O BNB, em vez de expropriar terras hipotecadas por mutuários que caíram na inadimplência, conta com a alternativa de colocar como item para a renegociação de dívidas a garantia de pagamento de parcelas vencidas ou a vencer dos tomadores de empréstimos rurais a produção de mamona, por exemplo, destinada a empresas com projetos industriais para implantação (ou já operação) das usinas de beneficiamento da matéria-prima, seja a mamona ou qualquer outra, cultivada nas propriedades ameaçadas de desapropriação.

O Programa

O Ministério da Integração Nacional, através da Codevasf, Dnocs, Adene (antiga Sudene), decidiu fortalecer o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Algumas iniciativas já foram consolidadas. Entre elas, as usinas de Tauá e Piquet Carneiro (CE). Na Bahia, uma parceria entre o MIN e o Governo do Estado (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação) está implementando o Centro Integrado de Produção de Oleaginosas, Biodiesel e Geração de Energia, em Irecê. Está prevista também a instalação de usina de esmagamento de oleaginosas em Lapão.

As lideranças empresariais, comunitárias e políticas do Pólo Paulo Afonso dão sinais de que vão se articular para conseguir a instalação de outra usina de esmagamento, preferencialmente em Santa Brígida, uma vez que um projeto privado em Jeremoabo, por força de algumas intermediações duvidosas e outros fatores, só gerou, por enquanto, frustrações.

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