
Os promotores da campanha não escondem que ela “se une ao conceito trabalhado pelo SJCC, que é colocar Pernambuco em primeiro lugar”. Isso bem no clima de euforia estimulado pelo governo de Eduardo Campos (PSB), neto do ex-governador Miguel Arraes e seu herdeiro político, a partir do slogan “Pernambuco é o Estado que mais cresce. E o que mais vai crescer também”, no embalo das obras da Refinaria Abreu e Lima e do Estaleiro Atlântico Sul, de Suape, “o melhor porto público do Brasil e o terceiro melhor”, em comparação com os portos privados, sem esquecer, além de outros empreendimentos, a “posição geográfica privilegiada, ao mesmo tempo perto dos países importadores e numa posição central em relação aos outros Estados nordestinos”.
O projeto 7 Maravilhas começou em outubro, com a sugestão de atrações que mais se enquadravam no perfil de maravilha do Estado pelo público. Em seguida, 30 atrativos turísticos foram selecionados e passaram para a etapa de votação dos 20 finalistas. Após a escolha dos finalistas, o processo de votação continuou para chegar às sete vencedoras da campanha. As votações foram feitas pelo site oficial da campanha (http://www.as7maravilhasdepernambuco.com.br/) e pelos cupons veiculados no Jornal do Commercio.
Turismo de olho na Bahia
O setor de turismo reflete apenas o que se observa no conjunto de ações, sempre conectadas com “as promovidas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”, como sempre repete o governador Eduardo Campos. E a mesma preocupação de ter a Bahia como meta de superação. A posse de Silvio Costa Filho (PMN), 25 anos, formado em pedagogia, na Secretaria de Turismo, final de novembro, foi noticiada pelo Jornal do Commercio com a manchete: “Posse com a Bahia na cabeça”, destacada a declaração de apostar em que “o Estado vai ultrapassar o desempenho da Bahia no setor”. Depois, explicaria à imprensa que se referiu ao turismo de negócios.
Plano Estratégico para dar a volta por cima
Silvio Filho começou seu trabalho com a discussão do Plano Estratégico de Turismo (2008-2020), elaborado pela empresa de consultoria Indústrias Criativas, do baiano Paulo Gaudenzi, ex-secretário de Cultura e Turismo da Bahia e ex-presidente da Empresa de Turismo da Bahia (Bahiatursa). Pelo que foi publicado nos jornais do Recife, a idéia é fazer com que esse planejamento estratégico contemple uma política pública para o turismo do Estado até o ano 2020, com avaliações em 2010 e 2015, quando poderão ser feitas eventuais correções de rumo no plano.
Mas os pernambucanos têm seus parênteses de modéstia, chegando a relevar a versão brincalhona de que os rios Capiberibe e Beberibe se juntam para formar o Oceano Atlântico. E muitos deles, que atuam na área, reconhecem que, “bairrismos à parte, Ceará e Bahia botaram Pernambuco no chinelo, em termos de planejamento turístico, pelo menos nos últimos tempos”.
Foi isso que deu, primeiro, na indicação do cearense Alan Aguiar para a presidência da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), com o apadrinhamento do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. A grita contra o “estrangeiro” foi grande e o então secretário estadual de Turismo, José Chaves, apelou para a consultoria do baiano Paulo Gaudenzi, que vai singrando, sem maiores solavancos, “os verdes mares bravios de minha terra natal”, a terra de Iracema e de José de Alencar.
Em resumo: o Pernambuco de Eduardo Campos quer derrubar, com o baiano Gaudenzi, descoberto por ACM, a supremacia da Bahia no turismo, ultrapassando também o Ceará, do Alan Aguiar, afilhado de Mares Guia, hoje nem ministro do Turismo nem ministro das Relações Institucionais.
Arquipélago de Fernando de Noronha

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