quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Essa Televisão...



O “bom tempo’’ para quem vive na praia não é bom para quem vive na roça

Dentre as usuais manifestações de alienação da TV brasileira, chega a ser ofensiva, para as populações que padecem as agruras provocadas pelas estiagens prolongadas, previsão meterológica anunciando que vai fazer sol como sinônimo de bom tempo. Ainda nesta quinta-feira, no Primeiro Jornal da Band, a apresentadora se superou. ” O que é bom dura pouco”, lamentou. Isso porque, no Rio Grande do Sul, ia voltar a chover. E olhe que os pampas, por causa da seca, chegaram mais a parecer um sertão sem mandacaru.

A mesma apresentadora, ou qualquer outra ou outro apresentador não diria coisa diferente, por conta própria ou lendo texto, para informar tempo chuvoso em região do Nordeste ate já sem água de beber .

Censura jamais. Bom senso, sempre. Nem bom, nem mau tempo. Usem a imaginação, Vocês que editam e apresentam noticiários na televisão e rádio (o mesmo vale para jornais) e, se acharem indispensável, encontrem outro modismo para tempo com chuva e tempo sem chuva nas previsões metereológicas. Sem ofensa e sem indiferença.

Já pensaram como se sente um sofrido sertanejo nordestino, com os olhos postos no céu e pedindo chuva a Padim Ciço , ouvir o rádio garantir tempo bom, céu sem nuvens e sol de rachar, como motivo para festejar?

Ai está mais uma desigualdade entre brasileiros: uns querem o sol para ir á praia; outros querem a chuva para plantar e colher milho e feijão na roça. E cuidar das cabras nos pastos que a estiagem também castiga.

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