O julgamento do século, o voto de confiança e a vigilância Julgamento do século é como está sendo chamado este dos 40 acusados do mensalão, transformados todos em réus, a ser conduzido e concluído pelo Supremo Tribunal Federal.
O trabalho inicial coube ao Congresso Nacional, através da CPI dos Correios, para esclarecer as formas de compensação de deputados e senadores pelo apoio a propostas do governo nas votações legislativas.
E também à Policia Federal, com participação aplaudida na inquirição dos acusados e de numerosas testemunhas dos fatos que foram denunciados em 2005.
Ao Supremo Tribunal Federal, a quem cabe julgar se os acusados são culpados, cabe igualmente o reconhecimento dos cidadãos e cidadãs brasileiros, especialmente à presidente Ellen Gracie Northfleet, pela serena capacidade de comando, e ao ministro Joaquim Barbosa, pela qualidade jurídica do relatório, valorizado pela linguagem acessível à compreensão de quantos acompanharam essa fase de abertura do processo.
Mas não se pode omitir que o STF foi favorecido pela consistência da denúncia recebida do procurador – geral da República, Antônio Fernando de Souza, embora criticado por alguns em razão de ter deixado de fora o chefe do Governo em que estava "inscrustada a organização criminosa", ou seja o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Cabe agora, além do reconhecimento, um voto de confiança no Supremo Tribunal Federal, para que feche, de uma vez por todas, o ciclo de impunidade que envergonha a Nação, sobretudo quanto aos parlamentares, blindados contra o julgamento dos seus crimes desde 1969, quando ganharam foro privilegiado.
Junto com o voto de confiança, a vigilância sem trégua de toda a sociedade brasileira.
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